segunda-feira, setembro 06, 2004
Terremoto.
Às vezes tenho a sensação de que me vou partir ao meio. Vai enventualmente haver um terramoto num qualquer epicentro do meu corpo. As placas tectónicas do meu interior vão deslizar e vão abrir uma gigantesca falha em mim.
Começa na minha cabeça, vai dividir-me em dois, vai separar os meus olhos e as minhas lágrimas, vai abrir o meu peito em dois e pôr a descoberto tudo em mim. Todas as minhas mágoas, todas as impurezas deste meu sangue obscuro vão ficar à tona. A minha cintura vai partir-se em dois, as minhas ancas vão ficar eternamente separadas.
Os meus pés não vão notar a diferença. Mas são só eles.
E eu vou ficar assim, separada de mim, exposta, a ver-me em duas metades paralelas.
Começa na minha cabeça, vai dividir-me em dois, vai separar os meus olhos e as minhas lágrimas, vai abrir o meu peito em dois e pôr a descoberto tudo em mim. Todas as minhas mágoas, todas as impurezas deste meu sangue obscuro vão ficar à tona. A minha cintura vai partir-se em dois, as minhas ancas vão ficar eternamente separadas.
Os meus pés não vão notar a diferença. Mas são só eles.
E eu vou ficar assim, separada de mim, exposta, a ver-me em duas metades paralelas.

